Julguei-te meu
Errei no meu julgar
Pensei ser eu
A tua criadora
No entanto
A minha arte não alcançou
A perfeição desejada
Escarneceste do meu fervor
Desprezaste o meu amor
Foste o meu fracasso
És a minha dor
A mágoa que se perpetuará em mim
Foram vãs as esperanças
De te ver seguir por caminhos de luz
Perdi-me talvez algures
Na tua orientação
Falhei de todas as formas
...
Sou surpreendida
Pela a ausência de fúria em mim
Deparo-me com uma calmaria
Triste e dolorosa
Desconheço-me...
Mas deixo-me ir
Porque sei que algures
Por esta estrada de dor
Vou encontrar a curva que me irá levar
A outro trilho
Vou encontrar a flor
Que me dará nova cor
Encontrar a luz
Que me devolverá o esplendor
...
Fecho esta porta
(No entanto, sem a trancar...)
Ali, naquela mais adiante...
Ouço risos...!
Vou por ali....
Quem sabe um dia
Virás atrás de mim
Quem sabe um dia
Voltarei a rir-me contigo
Por agora
Vou por ali
Porque ouço risos
...