Perguntaram-me um dia
Onde alimento a minha fé?
Pois não sei com certezas
Talvez na forma como o céu se embeleza,
Depois de uma tarde de tempestade
Talvez no cheiro que fica de terra molhada
Talvez no desespero de quem tudo perde,
Mas não desiste e segue em frente
Ou apenas, porque ainda
Há quem acredite que vale a pena
E se ainda há quem acredite,
Talvez alimente a minha fé
Quando tudo parece correr mal,
E ainda assim, tudo se resolve
Alimento-a
Sempre que chego a casa,
Onde abunda calor humano, à minha espera
Alimento-a
Quando afago os meu gatos,
Reforço-a
Quando me envolvo
No abraço de quem me ama
Sustento-a, com cada sorriso que me dedicam
Com cada palavra amável que me dirigem
Com cada carinho que recebo e cultivo
Alimento a minha fé,
Quando vejo o arrependimento, de quem erra
Tento não alimentar a desilusão ou a dor,
Que sempre se tentam impôr
Busco em cada partícula de tempo
Um motivo para viver
...
É exaustiva, esta luta constante
E tantas e tantas vezes, penso simplesmente
Desistir!!
Mas como sempre
Quando tudo parece desmoronar
Tudo se ilumina
Algo me faz lembrar tudo o que tenho de bom
Tudo o que conquistei...!
...
Neste preciso instante,
Acalento a minha fé na beleza fresca e rosada
Da tarde que termina lá fora....
Depois...se verá...!
Deixo-vos o beijo da gaivota...e outro meu....