Envolta num nevoeiro denso
Onde emoções se dissolvem
Deito tudo a perder
Porque já nada importa
Sei que estou ali
E não vou ao meu encontro
Sei que devia lutar
Mas as forças desvaneceram-se
Cansada de remar
Deixo-me ir á deriva
Confesso
Que almejo um salvador
Que não suporte ver-me naufragada
No fundo de nada
Será que tenho?
Pergunto eu
Com medo do que está para vir...
E o que está para vir pode ser o inicio
Do principio do meu fim...
Nua de ilusões
Deixo a dor escorrer por mim
Sangrando até não mais sentir
Chorando até que a alma seque
Desfalecendo num misto confuso
De emoções contraditórias
E para quê...?
Volto a vestir-me de ilusões
Guardo a dor dentro de mim
Fecho as feridas que sangram e deixo
Que a alma floresça
Renasço das emoções conturbadas
Mergulho em lembranças da tua infãncia
Busco incessantemente
Em que trilho te perdi
Qual o abraço que te não dei
Que beijo ficou por dar
Qual canção não te cantei
Afinal, onde guardaste as minha palavras?
Onde chegaste ao ignorá-las?
Que fizeste ao teu amor?
Ao meu amor...?
Ao nosso amor...?
Não sei se me fugiste
Não sei se te perdi
Só sei que por ti
Sangro, choro, sofro...
E procuro sem descanso
Um caminho para te ir buscar
Mas sinto-te cada vez mais longe...
Talvez um dia, queiras voltar..
Mas então...também não sei... .
Perdi a chama das palavras
Algures no tempo que me perdeu
Sem querer ser encontrada
Anseio para ser descoberta
Voltar a ser
Tudo aquilo que nunca fui
Ou sequer tentei
Fugi aos poucos
Agora quase não me encontro
Ou reconheço
Deixei-me anular pela dor
Fraquejei no meu auge
Socumbi ás emoções
Tantas vezes traiçoeiras
Esqueci-me de ser eu...
Vou procurar-me...
Quem sabe me encontro...