Sem pensar navego à deriva
Num sentir negado que perece...
Remexo no fundo da alma
Gemendo um múrmurio esperançoso
De encontrar farrapos dos sonhos
Que outrora luziam...
Busca infértil esta
Pois sonhos não me foram permitidos
E tendo a esquecer
Esta sombra do meu princípio...
Sento-me então
No fundo de mim
Remexo-me inquieta
Porque me conheço e no entanto
Não me reconheço nesta derrota
Que me inflijo
Castigo-me talvez
Por erros que nem sei
Se ao certo cometi
E remexo-me
No fundo de mim
E sei, com todas as certezas
Que sou muito mais
Tenho muito mais
Sinto tudo o mais
E remexo-me inquieta
Lembro-me então de procurar
Novamente no fundo de mim
Réstias de força
Para emergir
Sempre inquieta
No fundo de mim