Pesa o silêncio no ruído que me atordoa
Nada dizem, nada fazem, nada querem
Aqueles que tudo dizem
Tudo fazem e tudo querem
Pobres são, pois nada sabem
E flutuam nas próprias vozes sem perceberem
Que se afogam em cada som
Se queimam em cada palavra
Se diminuem, atrofiam
Camuflam a própria ignorancia
Nas insanidades que proferem
E bradam convictos que sim
Que alguém os ouve
Uma vez costas voltadas
Caem no esquecimento
Mas o ruído pesado de silêncio continua
Sem fim, num ciclo vicioso
Atordoada continuo e procuro o meu silêncio