Terça-feira, 29 de Março de 2011
Um grito seco
Sufoca-me
Quando tento expressar
O quanto vos amo
E o quanto lamento
Que não seja meu
O sangue que vos corre nas veias
Assim não temeria nunca
Deixar fluir o que sinto
Pois seriam meus também
Tão meus
Que não haveria distância
Fronteira ou barreira
Que me fizesse temer perder-vos
Mas fica o grito seco na garganta
Pois ventos varrem os tempos
Fazem passar os momentos
E palavras ficam por dizer
Surdas no silêncio
Daquilo que não se diz
Mas quem sabe
Num murmurio de uma brisa
Vos chegue em forma de beijo
toda a força do meu sentir
E em vossos corações
Se abra uma flor para mim
E deixe simplesmente fluir...
Sem ter medo de sofrer
estou....: nostalgica
Segunda-feira, 8 de Fevereiro de 2010
Nua de ilusões
Deixo a dor escorrer por mim
Sangrando até não mais sentir
Chorando até que a alma seque
Desfalecendo num misto confuso
De emoções contraditórias
E para quê...?
Volto a vestir-me de ilusões
Guardo a dor dentro de mim
Fecho as feridas que sangram e deixo
Que a alma floresça
Renasço das emoções conturbadas
Mergulho em lembranças da tua infãncia
Busco incessantemente
Em que trilho te perdi
Qual o abraço que te não dei
Que beijo ficou por dar
Qual canção não te cantei
Afinal, onde guardaste as minha palavras?
Onde chegaste ao ignorá-las?
Que fizeste ao teu amor?
Ao meu amor...?
Ao nosso amor...?
Não sei se me fugiste
Não sei se te perdi
Só sei que por ti
Sangro, choro, sofro...
E procuro sem descanso
Um caminho para te ir buscar
Mas sinto-te cada vez mais longe...
Talvez um dia, queiras voltar..
Mas então...também não sei... .
Quinta-feira, 11 de Dezembro de 2008
Páro no tempo
Ouço o silêncio
Que me segreda
A ilusão perdida
Num segredo já conhecido
Desvanece-se o sonho
Numa esperança mórbida
Pois já nada acontece
Num intenso negrume
Se envolve o caminho traçado
Que já se perdeu
Já não te procuro
Pois o silêncio diz-me
Que o meu tempo acabou
Resta-me esperar
Que o teu tempo não pare
Que o silêncio a ti segrede
Caminhos de luz
Onde a esperança ainda vive
Onde tudo pode acontecer
Onde tu te encontres
Onde o silêncio te diga
Onde me podes encontrar...
estou....: assim...
Segunda-feira, 3 de Novembro de 2008
do meu coração
sangram
palavras em branco
num todo que nada diz
pergunto
procuro
não encontro
no ar paira um sonho
nesse sonho
uma esperança
que agarro
rasgo em fúria
e choro...
destrui
o pouco que restava
do tanto que sonhei
mas já é tarde
" nunca é tarde..."
diz alguém
mas eu já não ouço
porque corri atrás
de outro sonho com uma esperança
pois quem sabe
aindá há tempo
ainda não é tarde
para que te encontres
porque afinal esse é o meu sonho
de ainda ver que te encontraste
estou....: pois...um bocado assim...
Segunda-feira, 28 de Janeiro de 2008
Pois não sei
Tomam-me por forte
Serena
Inquebrável
Imbatível
Mas, ninguém sabe
Quantas vezes
Esquecida no silêncio
Lágrimas confessam
Aquilo que palavras não dizem...
Folgo depois num suspiro
Que me renova
Abro então portas
Que encostadas, esperavam brisas de bonança
E entram finalmente novos raios de esperança
Que traçam frescos sonhos
Que me lançam para fora
Do limite da agonia
...
...
...
Busco os arabescos
Espalhados no meu sentir
E em palavras semeio novas sementes
De luz, para te iluminarem
Novos trilhos de existência
estou....: a balançar...
Segunda-feira, 3 de Dezembro de 2007
Julguei-te meu
Errei no meu julgar
Pensei ser eu
A tua criadora
No entanto
A minha arte não alcançou
A perfeição desejada
Escarneceste do meu fervor
Desprezaste o meu amor
Foste o meu fracasso
És a minha dor
A mágoa que se perpetuará em mim
Foram vãs as esperanças
De te ver seguir por caminhos de luz
Perdi-me talvez algures
Na tua orientação
Falhei de todas as formas
...
Sou surpreendida
Pela a ausência de fúria em mim
Deparo-me com uma calmaria
Triste e dolorosa
Desconheço-me...
Mas deixo-me ir
Porque sei que algures
Por esta estrada de dor
Vou encontrar a curva que me irá levar
A outro trilho
Vou encontrar a flor
Que me dará nova cor
Encontrar a luz
Que me devolverá o esplendor
...
Fecho esta porta
(No entanto, sem a trancar...)
Ali, naquela mais adiante...
Ouço risos...!
Vou por ali....
Quem sabe um dia
Virás atrás de mim
Quem sabe um dia
Voltarei a rir-me contigo
Por agora
Vou por ali
Porque ouço risos
...
estou....: resignada...ou nem por isso...
Quinta-feira, 12 de Julho de 2007
Hoje liguei-te a dar os parabéns.Entre risos, disse-te que foram 20 anos de dores de cabeça, ao que tu respondeste que não tinha sido bem assim.Agora, estou aqui a pensar...não, é claro que não foi bem assim...Recordo então o teu sorriso de bebé, as tuas bochechas macias, as tuas mãos, tão pequeninas, e que eu envolvia só com uma das minhas... hoje, é ao contrário!Lembro-me de quando ficava a ver-te dormir( e tu dormias tão pouco!).E a tua vozinha tão doce, que tantas e tantas vezes me disse que me amava!Lembras-te, quando já mais crescidinho, reagias mal, quando íamos de mão dada na rua, e algum sujeito mais atrevido , me dirigia palavras de conquista?Foste sempre um bom defensor... Lembro-me de sentir que eras o meu melhor amigo, meu confidente, o meu apoio das horas amargas e companheiro de horas felizes.Levavas-me um chá á cama , como eu gostava, e quando me sabias doente, punhas o saco de água quente na minha cama.E recordas-te das brincadeiras e cantorias, após as refeições?Mesmo quando me zangava contigo, nunca ias dormir sem me dar um beijo...Para onde foi tudo isso...?Nem sei bem, quando começámos a afastar-nos... Tu mudaste tanto... que ás vezes nem sei se ainda encontro em ti algo do meu pequeno moreno... Momentos há, em que me parece que sim...outros em que te desconheço totalmente...Mas, não perco a esperança de te ver sonhar, e lutar pelos teus sonhos, de te ver sorrir feliz, e talvez, de que ainda volte a ouvir a tua voz, agora de homem feito, a dizer que me ama...Mas, se isso não acontecer, pelo menos, que um dia mais tarde, o digas aos teu filhos, tal como eu te disse a ti...Hoje, desejo-te um feliz aniversário, e que mais um ano te ajude a encontrar a sabedoria que necessitas para escolher um caminho, e que a Luz esteja sempre presente, para iluminar o mesmo.Um beijo grande, da tua Mãe, que te amará sempre...
estou....: comovida...
Segunda-feira, 2 de Julho de 2007
Desde que escrevi o post anterior, dedicado ao meu rebento mais velho,tenho relido as minhas palavras imensas vezes, e lembrei-me de procurar este, que publico hoje, e foi "desencaixotado", de um "baú" antigo, dedicado desta feita, ao rebento mais novo...olho para ti
rosto pequeno, doce, infantil
e sufoca-me a alma
saber que nada sei
nada aprendi
sempre quis ser
a melhor das mães
e agora que começas a voar por ti
volta o já conhecido pânico
de não te saber orientar
de não conseguir seguir-te
apanhar-te no teu voo
e dou por mim perdida
quase que à espera que me ensines
que me pegues na mão
dizendo a sorrir
(com esse teu sorriso que derrete qualquer ira)
- Vem Mãe...eu digo-te como é...
mas eu sei, já de tempos passados
que não será assim
e vejo-me dura,inflexível
impondo limites e regras
que sei , não irás cumprir
porque as asas são tuas
e eu, temo já não saber voar contigo...
estou....: ainda com saudades...
Segunda-feira, 25 de Junho de 2007
Chamo por ti
Com um grito do meu peito
Calado na voz
Choro por ti
Numa saudade dorida
Com uma lágrima contida
Perdi-te...
Vi-te afastar
Em voos rasteiros
Que te ferem as asas
Apelo ao âmago do teu sentir
Que afinal encontro
Vazio de ser
Busco nos teus pensamentos
Algo que me ajude a entender
O teu pensar...
O teu viver...
Procuro ressuscitar o sentimento
Que um dia, em ti semeei
Pergunto-nos onde falhei
Tu, não respondes
E eu...não sei...
Num sonho
Pergunto a um anjo
Como te ajudar a crescer...
Mas ele sorri, condescendente
Eu, continuo sem saber...
estou....: com saudades de ti...
Terça-feira, 8 de Maio de 2007
Ser Mãe...
É estar presente, saber ouvir,
Saber dizer não, saber dizer sim,
Saber sorrir, saber chorar
Abraçar em horas negras
E horas felizes celebrar
Aceitar erros
Aconselhar
Saber até castigar...
Acima de tudo
Incondicionalmente amar!
Ser filho...
Talvez, mais difícil de ser
De aceitar medos
Dúvidas
Talvez mais difícil de entender
E perdoar
Erros de quem já padeceu
E não soube melhor fazer...
Fica a esperança
No tempo que passa
E se cresce...
E se tornam por si
Pai ou Mãe de alguém
E por si, terem também
Que estar presente e saber ouvir....
... E incondicionalmente amar
Neste post, falo de mim, como Mãe, falo de mim como filha...E, dedico-o também, em especial, a "Cacharel" e "Dias"...
Um carinho especial para eles
Um beijo doce para quem passa....
estou....: chorona...