Foste como cacto no deserto
Que cresce e vinga em terreno inóspito
Nascente fresca
Que rompe por rochedos milenares
Foste tantas vezes onda forte
Que veio morrer na areia
Foste um forte sem alicerces
Foram batalhas travadas com a vida
Sentimentos perdidos, desperdiçados
Uma lutadora constante
E se algumas vezes o cansaço venceu
A força da tua essência prevaleceu
Hoje, és como um raio de sol
Que rompeu a tempestade
Como abelhinha que fabrica o seu mel
Como borboleta que sossega
Na mais bela das flores
Hoje és Mulher
Com todo o direito de o ser !
Lágrimas de prata brotam ternas
Do seu olhar de cristal
Olhar que há muito deixou de ver
A beleza
Do intenso verde da Primavera
Da imensidão do mar
Do brilho mágico das estrelas, da lua e do sol
Olhar que deixou de ver
Mas que mostra
Cristalinamente
Não obstante a dor infligida
Pelas agruras da vida
Toda uma força de viver
Um olhar que deixou de ver
Mas onde transparece
Tudo o que é sentimento
Na sua mais pura essência
Dedicado a Teresinha, com um abraço daqueles...